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quarta-feira, 27 de junho de 2012

ESCREVA SUA PRÓPRIA VIDA


Suponha que alguém lhe deu uma caneta - uma caneta lacrada, de cores sólidas. 
Você não pode ver quanta tinta tem. Pode secar logo depois das primeiras palavras ou durar o suficiente para você criar uma esplêndida obra (ou diversas); ou que durasse para sempre. Você não sabe até que você comece. 
São as regras do jogo, você realmente nunca sabe. Você tem que examinar cada possibilidade! 
A regra do jogo não obriga você a fazer qualquer coisa. Você pode, ao invés de usar a caneta, deixá-la em uma prateleira ou em uma gaveta onde secasse sem ser utilizada. 
Mas se você decidisse usar, o que você faria? Como você jogaria esse jogo? 
Você iria planejar e planejar antes de escrever cada palavra? Seus planos seriam tão extensos que você nunca começaria? 
Ou você colocaria a caneta na mão e simplesmente escreveria, esforçando-se para prosseguir com um monte de palavras? 
Você escreveria cautelosamente e com cuidado, como se a caneta secasse no momento seguinte, ou você fingiria ou acreditaria (ou fingiria acreditar) que a caneta escreverá para sempre? 
E sobre o que você escreveria: sobre amor? Ódio? Divertimento? Miséria? Vida? Morte? Nada? Tudo? 
Você escreveria sobre si mesmo? Ou sobre os outros? Ou sobre si mesmo sob a ótica dos outros? 
Suas letras seriam trêmulas e tímidas ou brilhante e realçada? Enfeitadas ou simples? 
Você escreveria mesmo? Uma vez que você tem a caneta, nenhuma regra diz que você tem que escrever. Você rascunharia? Borrões ou desenhos? 
Você permaneceria nas linhas, ou não veria nenhuma linha, mesmo se estivessem lá? 
Há muito o que pensar sobre isso, não é? 
Agora, suponha que alguém lhe deu uma vida...


Tradução de Sergio Barros do texto de David A. Berman 

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